AS PESSOAS NÃO DEBATEM CONTEÚDOS, APENAS RÓTULOS. QUERO A ESSÊNCIA. A MINHA ALMA TEM PRESSA...

Deus nos salvou e nos comissionou para trafegarmos no celestial, bem acima dos problemas e tribulações.

Pr. José Gildo

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

ADMIRAVEL MUNDO NOVO

Falar sobre justiça é complicado porque existem muitos elementos subjetivos a considerar. A complicação se deve ao fato de que a justiça, para ser posta em prática, exige um aparato que a faça prevalecer. O sistema judicial, na nossa concepção interna, deveria ser o último reduto a quem deveríamos recorrer quando todas as outras tentativas falhassem. Infelizmente não tem sido assim, por motivos vários como corrupção, morosidade, leis caducas e outros motivos que não tenho tempo e nem paciência para discorrer. Esta semana recebi um e- mail sobre um artigo publicado no jornal a Gazeta do Povo, de Curitiba. Este artigo fala sobre uma sentença, um tanto inusitada, proferida por um magistrado chamado João Batista Herkenhoff, Juiz Federal do Espírito Santo, que expediu um alvará de soltura para uma detenta que estava prestas a dar a luz e que tinha sido presa por porte de maconha. Veja o teor da sentença:
“Pergunto-me se as sentenças podem ter alma e paixão. O esquema legal da sentença não proíbe que tenha alma, que nela pulsem vida e emoção, conforme o caso. Na minha própria vida de juiz senti muitas vezes que era preciso dar sangue e alma às sentenças. Como devolver, por exemplo, a liberdade a uma mulher grávida, presa porque trazia consigo algumas gramas de maconha, sem penetrar na sua sensibilidade, na sua condição de pessoa humana? Foi o que tentei fazer ao libertar Edna, uma pobre mulher que estava presa há oito meses, prestes a dar à luz, com o despacho que a seguir transcrevo:
A acusada é multiplicadamente marginalizada:
“Mulher diante da qual Deus agraciou com o privilégio da maternidade, porém que, na nossa estrutura social, em vez de estar recebendo cuidados pré-natais, espera pelo filho na cadeia.”
É uma dupla liberdade a que concedo neste despacho: liberdade para Edna e liberdade para o filho de Edna que, se do ventre da mãe puder ouvir o som da palavra humana, sinta o calor e o amor da palavra que lhe dirijo, para que venha a este mundo, com forças para lutar, sofrer e sobreviver.
Quando tanta gente foge da maternidade... Quando pílulas anticoncepcionais, pagas por instituições públicas, são distribuídas de graça e sem qualquer critério ao povo brasileiro...
Quando milhares de brasileiras, mesmo jovens e sem discernimento, são esterilizadas...
Quando se deve afirmar ao mundo que os seres têm direito à vida, que é preciso distribuir melhor os bens da terra e não reduzir as oportunidades...
Quando, por motivo de conforto ou até mesmo por motivos fúteis, mulheres se privam de gerar, Edna engrandece hoje este Fórum, com o feto que traz dentro de si.
Este juiz renegaria todo o seu credo, rasgaria todos os seus princípios, trairia a memória de sua mãe, se permitisse sair Edna deste Fórum sob prisão.
Saia livre, saia abençoada por Deus... Saia com seu filho, traga seu filho à luz...
Porque a cada choro de uma criança que nasce é a esperança de um mundo novo, mais fraterno, mais puro, e algum dia cristão...
Ao ouvir o despacho desse magistrado, a esperança de um mundo novo e justo se desdobra a nossa frente. Esperança de um dia as leis humanas se tornarem educativas e não punitivas. Esperança de ver as sanções proporcionais às faltas cometidas. Esperança de, num julgamento, ser levado em conta o passado de cada ser, sua infância, as possibilidades que teve de educação, de saúde, de carinho, de afeto. Enfim esperança de que a humanidade atente para o amor divino e nesse amor se baseie suas ações.

Pr. José Gildo

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