PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER

Os mais antigos vão entender o título deste artigo. É uma música do cantor Silvio Brito lá pelos idos dos anos 80, que fala em protesto, cansaço e enfado com todo o sistema ao redor. É como me sinto hoje com relação ao famigerado movimento evangélico de nossos dias.
Em alguns textos e trechos das escrituras vemos Deus claramente enfadado. Em Isaías Ele diz: “Estou farto dos vossos sacrifícios, não agüento ajuntamento solene misturado a hipocrisia, Estou cansado dessas solenidades para encobrir carnalidade”.
Também ando cansado com o que tenho lido e ouvido. O passar dos anos tem deixado meu ouvido e minha percepção cada vez mais seletivos. Tem algumas mesmices que não agüento mais e procuro evitar ou se não é possível, ouço por educação. Por exemplo:
· Não agüento mais ouvir tanta promessa de benção- Ser abençoado tornou-se quase uma obsessão evangélica nacional. Distorce-se claramente as escrituras para se atingir objetivos escusos. Promete-se tanta riqueza, saúde e felicidade que ninguém precisa ter esperança eterna, pois o nosso eldorado está aqui e o esoterismo está tão em moda que muitos crentes passaram a acreditar que existe um pote cheio de ouro no fim do arco íris;
· Não suporto mais esta onda Gospel- Que se tornou um movimento patético. Começou como uma catequização americana e acabou por imbecilizar toda uma “nação” evangélica. Quais são os “ícones” dessa onda gospel? Os cantores e cantoras, que se dizem levitas (que aliás, não existem hoje, pois estamos na dispensação da graça), mas na verdade são mauricinhos e patricinhas a serviço das gravadoras mercantilistas. Dentro dessa onda gospel também temos escritores com seu conteúdo adocicado, que são cada vez mais convenientes na sua linha editorial. Afinal, vender é preciso! Por isso voltei a ler a Bíblia sem nenhum comentário de rodapé;
· Não agüento mais os “congressos de fogo”- Como são chatos os "louvorzões" e os chavões proféticos. Essa baboseira está espalhada também no rádio e na televisão. Existe uma apelação exagerada para a exaltação dos sentidos. Parece que está proibido ter discernimento. Esquecemos que é impossível adorar a Deus sem contemplação e, para isso, precisamos pensar e meditar na sua maravilhosa pessoa.
· CHEGA DESSA “DIABOSE”- Como diria Ariovaldo Ramos. “Vamos voltar à graça, à centralidade da cruz, onde tudo foi consumado. Voltemos a conversar com Deus, não como fruto de obrigação ou moeda de troca, mas, como resultado de nossa gratidão ao Filho de Deus.Voltemos ao amor, à convicção de que ser crente é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Voltemos aos irmãos, não como membros de um sindicato, de um clube, ou de uma sociedade anônima, mas, como membros do corpo de Cristo. Gostaria de me relacionar com meu irmão como seu guardião e não como seu juiz”.
Querem saber de mais uma coisa? Não sou evangélico e ninguém me chame de protestante! Eu sou do EU SOU. Quero voltar para Jesus Cristo, para a boa notícia que Ele é e ensinou. A minha consciência clama que Jesus de Nazaré é o Caminho, a Verdade e a Vida. A palavra de Deus é Jesus, o Logos, o verbo encarnado e não um corpo de doutrinas e/ou tradições, nascidas da tentativa de tentar explicar Deus. Deus não se explora, se sente no coração. Creio no âmago da alma que, conhecer a verdade, desfrutar a vida e ser feliz é relacionar-se intensamente com essa Pessoa: Jesus, o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Desisti de tentar entender Deus pela explicação da teologia e decidi buscá-lo com a singeleza dos adoradores porque, segundo Jesus, são estes os que o Pai procura. E finalmente, não quero a espiritualidade que se sustenta em prodígios e milagres, no mínimo discutíveis, e sim, a que se manifesta no caráter.

Pr. José Gildo

MICHAEL JACKSON... UMA METAMORFOSE AMBULANTE

O mundo todo ainda repercute a morte do rei do POP, Michael Jackson, cuja vida foi pautada pela crônica de uma morte anunciada. Este ícone da música pop sempre surfou na crista da onda. Sempre pairou no olho do furacão. Figura sempre controversa, despertava um misto de amor e ódio, admiração e ojeriza e sempre demonstrava infantilidade e fragilidade. Nunca deu pra enquadrar Michael Jackson porque não existia uma lógica no seu comportamento. Não ouso formular conceitos sobre ele, pois existiria o perigo de ser leviano, mas me permito emitir algumas opiniões, baseado no que acompanhei sobre este nebuloso acontecimento de proporção e repercussão mundial:
· Como nós, seres humanos, valorizamos o pós-mortem- Parece que todos os defeitos se encerram no último suspiro. Somos tão tendenciosos a engrandecer o extinto que, de repente, o fã adormecido em nós desperta, ocorrendo uma erupção que desemboca numa grande admiração por aqueles que saíram do nosso meio e deixaram de ser alvos de nossa especulação.
· Como valorizamos a pompa e circunstância- Na busca incansável pelo sucesso, exploramos a tudo e a todos, mesmo que seja o corpo e a memória de um morto. Somos um rolo compressor insaciável que esmaga valores sublimes como: convicção, ética e princípios eternos.
· Fatos marcantes da infância se carregam por toda uma vida- Não há como desassociar. Fica impresso na alma. É uma herança maldita que cobra o seu tributo ao longo da existência. O que fazemos e falamos aos nossos filhos durante a sua formação, se transforma no molde quase definitivo de sua personalidade futura.
· Interior e exterior tem que andar em harmonia- A felicidade começa com uma confissão interior de que Deus me ama como eu sou, mesmo que o meu exterior não seja grande coisa. O cuidado de Deus se confirma com a convicção de que Ele tem pensamentos de paz a meu respeito, antes mesmo que eu tivesse existência. Ele ama minha essência. Nada conspira contra isso.
· Também existe simplicidade no universo- A criação tem uma origem complexa, mas um desabrochar simples. E isso deve nos motivar a valorizar as pequenas coisas, a franquear o abraço ao próximo, a deixar que a vida tenha o seu curso normal, a não complicar relacionamentos, a tolerar as atitudes das pessoas como vindas de alguém que está sofrendo juntamente com toda a criação que geme.
· É preciso cultivar uma personalidade estável- Não podemos ficar dependendo sempre das nossas emoções. Elas nos traem porque são sempre sensitivas. O pé no chão e a racionalidade nos impulsionam ao amadurecimento. Quem não controla o seu lado emocional sofre muito, não conseguindo se amar e conseqüentemente não amando ninguém. Quem é instável emocionalmente falando, depende demais das outras pessoas, se esquece de viver e jamais terá uma vida plena.
· Está tudo dominado- Há uma lógica entre causa e efeito. Nós pagamos por nossas escolhas. Aquilo que o homem semear vai ceifar. Mais cedo ou mais tarde o nosso corpo vai cobrar o preço pelas nossas ações interiores. Parece existir uma conspiração universal para isto. As decisões que tomamos no recanto da alma vão desabrochar na nossa matéria exterior. Nada ficará impune, mesmo que pareça que tudo está em banho-maria.
Que Deus tenha piedade de cada um de nós

José Gildo

PERPLEXIDADE

“Escutem o que Deus está dizendo: —Não há sinceridade, não há bondade, e ninguém neste país quer saber de Deus. Juram falso, mentem, matam, roubam e cometem adultério. Os crimes e os assassinatos aumentam. Pedem a um pedaço de pau que revele o futuro e fazem perguntas a uma coluna de madeira. Eles me abandonaram. Como uma mulher que se torna prostituta, eles me abandonaram e se entregaram a deuses pagãos. Este povo é teimoso como uma vaca brava. Não posso cuidar do meu povo como um pastor cuida das ovelhas num pasto grande. O meu povo se entrega à adoração de ídolos, Eles ficam embriagados e se entregam à imoralidade, levando assim uma vida de desonra.Um vento os carregará para longe, e ficarão com vergonha da sua idolatria” (Oséias 4.1-19)
Vocês sabiam que esta é uma profecia de mais de 2.700 anos atrás absolutamente cumprida e atualizada? Ninguém quer saber de Deus. As ações humanas são o reflexo de um mundo sem parâmetros divinos. Na nossa perplexidade ficamos sem rumo e sem ter pra onde correr. E pra completar este quadro nefasto, a igreja que deveria fazer a diferença no meio dessa sujeira, está cada vez mais atolada no lamaçal da corrupção e da omissão.
Temos assistido nesses últimos dias em Brasília - a casamata, o quartel general da corrupção -, a mais um espetáculo horroroso protagonizado pelos políticos. Mais uma vez a turma da barganha e da vergonha, não satisfeita com os valores astronômicos que ganham, ainda procura todo um jeitinho de confiscar ilegalmente o dinheiro público. Parece que é impossível que poder e dinheiro caminhem juntos com justiça e transparência. Tornaram-se valores irreconciliáveis. E para nossa tristeza, percebemos um envolvimento cada vez maior de evangélicos nessa onda de dinheiro na cueca e lavagem de dinheiro em paraísos fiscais. Para completar essa ópera bufa religiosa, agora temos também rodada de corrupção regada e comemorada com oração “espiritual”.
Até que ponto nós chegamos. É o fim da picada. Nas minhas indignações eu tenho me solidarizado com a perplexidade do profeta Jeremias, quando este bradou: “Ó SENHOR Deus, se eu discutisse esse caso contigo, tu provarias que estás com a razão. Mas eu preciso te fazer umas perguntas sobre a tua justiça. Porque os maus ficam ricos? Porque os desonestos conseguem sucesso? Tu os plantas, e as suas raízes se firmam; eles crescem e produzem frutos. Vivem falando bem de ti, mas na verdade não se importam contigo. Ó SENHOR, arrasta essa gente como ovelhas para o matadouro; separa-os para o dia da matança” (Jeremias 12.1-2).
Este é o sentimento generalizado que se apossa de nós, mas, o SENHOR responde ao nosso grito de indignação dizendo: “Se você se cansa apostando corrida com homens que vão a pé, como é que vai correr com os cavalos? Se você não se sente seguro numa terra de paz, como é que vai conseguir viver nas matas do Jordão? (Jeremias 12.5). Ou seja, se a nível horizontal nós não fazemos a diferença e nem desejamos ser diferentes, como queremos trafegar no vertical, no espiritual? Para correr com os cavalos e fazer diferença em tempo de crise, temos que brilhar e salgar neste mundo mergulhado no caos. Para alcançarmos a excelência temos que andar na contra-mão dessa filosofia que está instaurada por aí.
Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos dê fôlego para correr com os cavalos!

Viva a Vida

• Seja feliz no dia que se chama hoje- Creia que sua vida cumpre um propósito divino na terra. Você foi chamado para ser alguém. Saiba que você foi criado como um sacerdote neste universo de Deus. Marque sua história, pois você tem valor diante de Deus.
• Mantenha-se sempre conectado com o Pai celestial- Este é o nosso porto seguro. O seu dia ganha força e energia espiritual quando você ora. Portanto, ore sempre. Deus está sempre pronto a nos escutar. Quando orar, peça coisas específicas, mas não se esqueça de sempre terminar de modo submisso e geral, dizendo: "Seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos céu". Deus sempre sabe o que é melhor.
• Desenvolva a inteligência- a maior inteligência que Deus lhe deu não é a intelectual nem a emocional, mas sim a inteligência. A inteligência que nos torna sábios é a que nos leva a meditar, discernir. A inteligência liberta a nossa alma de jugos existenciais e pavimenta o caminho da nossa felicidade.
• Amar a Deus dá sentido a vida- quando nossas atitudes são baseadas no amor a Deus tudo conspira a nosso favor. “Deus nos amou primeiro”. Ninguém pode retirar esta afirmação transcendente. Isso nos coloca no topo da existência e dá sentido a nossa vida, mesmo que as circunstâncias pareçam mostrar o contrário.
• Leia a bíblia com o coração- a leitura bíblica feita com os olhos do coração ilumina a alma e abre as veredas da vida. Quem lê usando apenas o intelecto enxerga apenas textos e os compreende. Quem lê com o coração pavimenta "caminhos sobremodo excelentes". Não encare a bíblia apenas como um compêndio de teologia, mas leia-a como caminho de descobertas para ampliar a sua visão do mundo, de si mesmo e de Deus.
• Dê a Deus mais do que 10%- Doação e generosidade são forças espirituais poderosas que atraem para quem as pratica as melhores oportunidades e possibilidades da vida. É importante dar dízimos e ofertas. Escolha causas, projetos e pessoas nos quais você acredita e dê no mínimo dez por cento dos seus ganhos e de você mesmo para essas iniciativas. Mas não dê somente dinheiro, mas também seus dons, talentos, serviços. E lembre-se: faça isso com entusiasmo e alegria.
• “Levanta-te, toma o teu leito e anda” – acredite em você mesmo. Nunca adie o início de qualquer coisa na qual você acredita se a oportunidade se apresentar e seu coração responder com paz e fé. Não deixe de fazer com medo do fracasso. O insucesso faz parte do aprendizado. Quem erra aprende e ficará com a certeza que tudo será diferente na próxima vez.
• Examine-se todos os dias- Quem tem prática de auto-exame aceita melhor as críticas, pois se utiliza delas para aprendizado pessoal. Quem se auto examina vive para o que é real e não cultiva a neurose de estar sempre preocupado em preservar sua imagem e reputação. Ele deixa que Deus o defenda.