PERPLEXIDADE

“Escutem o que Deus está dizendo: —Não há sinceridade, não há bondade, e ninguém neste país quer saber de Deus. Juram falso, mentem, matam, roubam e cometem adultério. Os crimes e os assassinatos aumentam. Pedem a um pedaço de pau que revele o futuro e fazem perguntas a uma coluna de madeira. Eles me abandonaram. Como uma mulher que se torna prostituta, eles me abandonaram e se entregaram a deuses pagãos. Este povo é teimoso como uma vaca brava. Não posso cuidar do meu povo como um pastor cuida das ovelhas num pasto grande. O meu povo se entrega à adoração de ídolos, Eles ficam embriagados e se entregam à imoralidade, levando assim uma vida de desonra.Um vento os carregará para longe, e ficarão com vergonha da sua idolatria” (Oséias 4.1-19)
Vocês sabiam que esta é uma profecia de mais de 2.700 anos atrás absolutamente cumprida e atualizada? Ninguém quer saber de Deus. As ações humanas são o reflexo de um mundo sem parâmetros divinos. Na nossa perplexidade ficamos sem rumo e sem ter pra onde correr. E pra completar este quadro nefasto, a igreja que deveria fazer a diferença no meio dessa sujeira, está cada vez mais atolada no lamaçal da corrupção e da omissão.
Temos assistido nesses últimos dias em Brasília - a casamata, o quartel general da corrupção -, a mais um espetáculo horroroso protagonizado pelos políticos. Mais uma vez a turma da barganha e da vergonha, não satisfeita com os valores astronômicos que ganham, ainda procura todo um jeitinho de confiscar ilegalmente o dinheiro público. Parece que é impossível que poder e dinheiro caminhem juntos com justiça e transparência. Tornaram-se valores irreconciliáveis. E para nossa tristeza, percebemos um envolvimento cada vez maior de evangélicos nessa onda de dinheiro na cueca e lavagem de dinheiro em paraísos fiscais. Para completar essa ópera bufa religiosa, agora temos também rodada de corrupção regada e comemorada com oração “espiritual”.
Até que ponto nós chegamos. É o fim da picada. Nas minhas indignações eu tenho me solidarizado com a perplexidade do profeta Jeremias, quando este bradou: “Ó SENHOR Deus, se eu discutisse esse caso contigo, tu provarias que estás com a razão. Mas eu preciso te fazer umas perguntas sobre a tua justiça. Porque os maus ficam ricos? Porque os desonestos conseguem sucesso? Tu os plantas, e as suas raízes se firmam; eles crescem e produzem frutos. Vivem falando bem de ti, mas na verdade não se importam contigo. Ó SENHOR, arrasta essa gente como ovelhas para o matadouro; separa-os para o dia da matança” (Jeremias 12.1-2).
Este é o sentimento generalizado que se apossa de nós, mas, o SENHOR responde ao nosso grito de indignação dizendo: “Se você se cansa apostando corrida com homens que vão a pé, como é que vai correr com os cavalos? Se você não se sente seguro numa terra de paz, como é que vai conseguir viver nas matas do Jordão? (Jeremias 12.5). Ou seja, se a nível horizontal nós não fazemos a diferença e nem desejamos ser diferentes, como queremos trafegar no vertical, no espiritual? Para correr com os cavalos e fazer diferença em tempo de crise, temos que brilhar e salgar neste mundo mergulhado no caos. Para alcançarmos a excelência temos que andar na contra-mão dessa filosofia que está instaurada por aí.
Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos dê fôlego para correr com os cavalos!