O ano de 2009 foi embora e 2010 chegou... E com ele também chegaram e continuaram as mesmas mazelas do ano que findou. Igrejas lotadas... E mentes vazias. Corpos sadios e sarados... E almas cansadas e doentes. Barrigas cheias... E almas sedentas. Conta bancária polpuda... E vazio existencial.
Desde a queda do homem Lá no Éden este ciclo maldito se repete. Sempre muita gente correndo atrás... de vento, como diz o escritor de Eclesiastes. O maior anseio do homem é ter uma vida com significado. É o que todos buscamos. Existem alguns sinais inequívocos que denunciam quem ainda está no meio do caminho nesta luta para ser feliz, ou seja, quem ainda está inutilmente correndo atrás do vento:
- Quem oferta ao Senhor querendo algum benefício em troca- quem assim procede faz uma barganha, uma negociata com Deus. O Novo Testamento ensina que, em vez dos míseros 10%, Deus quer os 100% de nossa vida, e não apenas de nosso dinheiro, mas também de nossos dons, talentos e serviço ao próximo. A contribuição ao seu Reino e à igreja não deve ser objeto de ameaça ou de negociata com o Senhor, mas fruto de alegria espontânea. A contribuição é produto de uma vida consagrada e não um meio de produzir a vida consagrada.
- Quem corre atrás do vento coloca a cura do corpo como mais importante que a cura da alma (2 Cr 7.14)- Promessa como “sarar a terra” significa que Deus quer recuperar o homem integral e não apenas parte dele. Deus quer o homem todo para fazer um milagre para a glória dEle.
- Quem corre atrás do vento não consegue enxergar aprendizado no sofrimento- a provação permitida por Deus sempre terá caráter didático. Deus quer trabalhar em nossas vidas para restauração e sempre com o objetivo espiritual de nos amoldar ao caráter de Cristo.
- Pra quem corre atrás do vento a discussão é baseada no superficial- não consegue ir além de mediocridades como modas e costumes, sinais escatológicos e modismos teológicos. Não se apropriou que tudo isso foi anulado pela cruz de Cristo. Quem pauta sua vida no supérfluo está sempre atrás de pão e peixe, mas sem desejar a mensagem de Deus. Sempre buscando milagre, mas, sem desejo de transformação;
- Quem corre atrás do vento vive na dependência doentia das pessoas- Vive de momentos, tem dias felizes, fatias de felicidade. São pessoas que não exploram sua criatividade e, portanto, nunca terão luz própria para percorrer a sua própria trilha.
- Quem corre atrás do vento vive de espiritualização generalizada – para essas pessoas não existe meio termo. Tudo é obra de Deus ou do diabo. Pessoas assim são neuróticas, frustradas, imediatistas e tendentes a depressão. Não permitem coincidências e acasos. Não deixam os anticorpos trabalharem e nem remédios fazer efeito. Se houve cura é sempre milagre de Deus, se a enfermidade persiste é porque existe pecado na vida e se morreu foi porque Deus quis. E haja sofrimento.
Amados, eu prefiro fazer como o apóstolo Paulo que “esquecendo das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13).
Pr. José Gildo